Essa frase apareceu, de surpresa mesmo, em um dos episódios de Iconoclasts, programa que passa na Fashion TV Brasil e que sempre me inspira, de algum modo. Isabella é italiana de nascimento (filha de Ingrid Bergman e do cineasta Roberto Rossellini), cresceu em Paris e aos 19 anos foi para Nova York. Logo no começo do documentário ela fala o quanto foi importante decidir ficar de vez na cidade, devido à sua escolha de ser atriz, e em seguida soltou essa frase. Eu, que já vinha pensando nisso há um tempo, estou mais convicta dessa ideia do quanto é importante a escolha do lugar onde você mora. E acredito ainda mais que, a cada fase que você vive (essas grandes fases da nossa vida que podem durar uma década ou mais) existe uma cidade que pode te alavancar ou dificultar as coisas. E para completar meu pensamento, no livro Comer, Rezar e Amar, Elizabeth Gilbert dá a lição mais valiosa, na minha opinião, de toda sua jornada: cada cidade tem uma frase que se for a mesma que a da sua vida no momento, ela é o lugar ideal para você. Tudo isso soa como uma reflexão enorme para mim pois cada vez mais sinto que não me encaixo onde moro. Tem alguma coisa estranha faz tempo. Como disse, eu apenas moro, não vivo aqui. Os bons e importantes momentos acabam acontecendo fora, em outros lugares. E é uma sensação um pouco desconfortável, que tem me incomodado. Talvez a palavra que a minha cidade transmita (aqui é um ótimo lugar para recém -casados, com filhos pequenos) não seja a mesma – ops, não é a mesma! – que estou vivendo. E como no filme Comer, Rezar, Amar em que Liz não sabe qual é a sua palavra (ela só descobre no final e é attraversiamo), meu dilema é outro: achar uma cidade que corresponda à minha. E a busca continua.
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