Você não precisa de visto, dólares ou viagens internacionais para comprar bem e barato: basta um dia de compras no Bom Retiro em São Paulo para ver que a rua de moda feminina mais famosa do Brasil não deixa nada a desejar perto das gigantes fast fashion como H&M, Primark, Zara, Forever 21, Mango. Eu não acreditaria 100% nisso até que, depois de voltar de Londres e de uma boa peregrinação em todas essas lojas gigantes de departamento por lá, fui no Bom Retiro e pude comparar e ter a certeza que não preciso mais sofrer com as peças e preços dessas fast fashion.
Há anos compro no Bom Retiro e cada vez mais me entusiasmo com a variedade, o preço – mesmo que tenha subido um pouco, a qualidade das peças. Dias atrás, num sábado, fui sem pretensão de comprar muita coisa e não deu outra: encontrei tudo e mais um pouco que queria. Deixei várias roupas para trás mas trouxe outras que valeram o dia. Aqui alguns dos meus favoritos!
A surpresa do dia foi sem dúvida o top peplum: nessa loja tinha em tudo quanto é cor! Preto, branco e metalizados (ouro rosa, dourado, dourado claro, azul). Pode vestir por cima e ainda bem, pois teria errado no tamanho se tivesse comprado às escuras. E falando em couro, se prepare, pois calças e saias estão por todas as lojas, com preços ótimos: entre R$ 40 e R$ 100. Vi até calça flare de couro mas como não podia experimentar, deixei para trás com medo de não servir…As jaquetinhas – de mil cores – também se encontram facilmente, assim como as camisas de seda e transparentes: variedade não falta e custam entre R$ 30 e R$ 50 (a exceção foi essa bordada da Talita Kume – maravilhosa – que fugiu da média de preços mas não resisti). Vi muito também: casaquinhos de lurex, um pouco de tricô, cintos – nunca vi tantos como dessa vez e jaquetinhas de tweed (em modelos mais simples, mas bem baratas).
Eu tinha ido uma ou outra vez no sábado e digo que, apesar da muvuca logo cedo, é melhor pra comprar: praticamente todas as lojas vendem no varejo, e achei que fui melhor atendida também. E como vocês vivem me pedindo dicas e fazendo perguntas sobre o Bom Retiro, aproveito para esclarecer algumas!
Todo mundo se preocupa com o tal do CNPJ. É quase um mito. A maioria das lojas da rua principal (José Paulino) vendem no varejo; já nas travessas acontece o inverso: a maioria vende no atacado (eles colocam uma plaquinha na vitrine sinalizando). Mas no sábado é praticamente 100% varejo, até as que só vendem no atacado. Algumas pedem quantidade mínima ou valor mínimo que, se estiver com alguém, dá para dividir. Às vezes isso garante também um desconto no valor, se pago em dinheiro.
Provador é raro, raríssimo por lá. Algumas (algumas) lojas deixam provar por cima da roupa; outras deixam só se for jaquetas e blusas; outras não deixam provar nada. De qualquer maneira, vá de legging: sempre tem uma vendedora bacana que te deixa – escondido – provar aquela calça! Já as trocas, evite: a maioria só troca se for por tamanho ou cor, mas é melhor nem contar com isso. Primeiro porque pra achar a loja de novo é um sufoco; segundo, é chato, as coleções trocam muito rápido e aquela blusa já sumiu das araras.
Leve dinheiro. Nem todas as lojas aceitam débito. Crédito e cheques são mais difíceis ainda: tem que ter cadastro de no mínimo x meses…Pagando em dinheiro, você ainda consegue alguns descontinhos acima de tal valor, vale a pena perguntar. Por lá, tem algumas agências bancárias, como Itau, Bradesco, Santander, Banco do Brasil (nesse site tem os endereços). Eu costumo levar aquela doleira, para guardar o dinheiro. Lá é tranquilo de circular mas prefiro me precaver.
• Para comer, vá à Rua da Graça (vire na primeira quadra à direita e a primeira à esquerda), é bem tranquilo pra andar e tem a Casa do Pão de Queijo, Rei do Mate, outros cafés e o Bistrô da Sara, super charmoso.
• Evite ir com várias amigas…eu adoro andar ali sozinha. Falo isso porque quando se tem 3 pessoas ou mais, o que você quer ver as outras não querem e vice-versa. Se mesmo assim você decidir levar as BFF`s e estiver complicado de acertar o compasso, combine um horário em tal lugar, assim cada uma vê o que quer e ainda quando se encontram, é aquela euforia para mostrar os achados.
• Chegue cedo. As lojas abrem às 8h se não me engano. Durante a semana, até o meio-dia é tranquilo de andar; depois do almoço, fica mais cheio. No sábado (as lojas ficam abertas até 15h), é cheio desde cedo. Sem falar que o dia rende muito mais indo cedo.
• Além de roupas, você encontra muito, mas muito mesmo, bolsas e cintos. Os cintos são muito baratos e tem milhões de opções. Já os máxi colares, daqueles bem bonitos, são um tanto raros, o que mais tem são correntinhas, brincos e anéis. Tem várias lojas de sapatos, mas a maioria tem o preço normal, sem grandes descontos.
Depois do CNPJ, a pergunta mais frequente é: que lojas você compra? Tirando a Talita Kume que eu sempre vou (mas nem sempre compro), o resto eu vou olhando as vitrines (que são super bem produzidas, dando vontade de comprar tudo) e se gosto, entro na loja. E como tem loja! Facilmente me perco quando decido voltar em alguma atrás da peça que não comprei. Minha sugestão continua a mesma de sempre: vão – sem medo – e conforme gostem de alguma peça da vitrine, entrem e pronto! Não tem mistério! Já fui dezenas de vezes e continuo fazendo assim até hoje. E digo e sublinho: vale muito a pena. Tanto que mal vejo a hora de voltar em busca das compras que não trouxe pra casa!
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