Com a palavra, Ruy Ohtake

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Visita das mais incríveis de todos os QGs: o arquiteto Ruy Ohtake, que projetou o Hotel Unique – e que esse ano comemora 10 anos – veio passar um pouco da sua experiência, trabalho e lições aprendidas ao longo da sua bem sucedida carreira. Ruy tem seu trabalho reconhecida pelas formas sensuais, cheias de curvas, pelo estilo inovador e único.
Durante a conversa ele até desenhou mas acima de tudo, simplificou em frases, verdades que agora parecem óbvias. Logo no início já soltou: “Discuta com quem decide.” Como não concordar?

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Ruy falou sobre as 3 regras que aplica a todo projeto: 1) fazer com que a obra seja bonita 2) tanto quanto possível, inovadora 3) que a população possa apreciar. Não importa se vão entender, mas que aquilo desperte alguma sensação boa.
Ele também conversou sobre o projeto do Hotel Unique, que começou em 99, demorou um ano e mais dois para construção. Quando perguntado o porquê do formato de melancia/barco, apenas disse: “Por que é mais bonito assim.” Um dos desafios foi planejar o corredor sinuoso: ele não queria outra reta sem graça. Então dividiu o corredor em blocos circulares de quartos, assim quem anda pelo extenso corredor, vê toda uma sinuosidade, com paredes cinza-chumbo e iluminado apenas por uma luz azul neon nas molduras do teto. No Unique, tudo é feito para despertar sensações. E isso significa sair do lugar comum: o pé direito da recepção é absurdamente alto, os elevadores e corredores são muito escuros, com uma música ambiente relaxante, a piscina ficou famosa por ser vermelha, alguns quartos tem o piso que vira parede, sem falar nas janelas redondas de 1.80 de diâmetro (que ele queria que tivessem 1.90) “acho muito mais bonito olhar a paisagem da janela através de uma curva.”
Com 25 metros de altura, o hotel tem 2 grandes vãos em cada extremidade: luxo numa cidade onde espaço é cada vez mais aproveitado e valorizado. A fachada é toda coberta de placas de cobre. Duas colunas de concreto que começam mais grossas na base, chegam a 3 milímetros ao encontrar a última placa, dando a impressão de fusão dos 2 materiais.
Por tudo isso, Ruy Ohtake diz que em seu escritório, é proibido falar não dá para fazer e sim “como é que vamos fazer para dar?”
Ao final da conversa, fui correndo pedir o desenho que ele tinha feito “Está tão feinho” disse, mas não importa: com direito a dedicatória, levo um pedaço de obra de arte para casa.

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Obrigada, Ruy Ohtake.

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