Desapegando….

fashion-gazette-barbara-resende-lifestyle-closet-desapegando-roupas
Estou numa fase de desapego tão forte que não sei como cheguei nela e nem quanto tempo vai durar. Acho que seria o caminho natural depois de anos enchendo meu armário e tudo quanto é gavetinha. Ou era isso ou construir um closet, para guardar tudo, coisa que juro, era meu sonho até o começo do ano. Hoje quero cortar pela metade o que tenho no meu armário.
Antes de começar o blog, lá em 2008, eu tinha 1/5 do que tinha até o começo desse ano: uma dúzia de sapatos, algumas maquiagens, bijoux, uma bolsa ou outra e roupas suficientes, sempre muito bem usadas. Aí comecei a comprar com mais frequência no Bom Retiro, época em que era tudo muito barato lá (hoje eu não acho tanto assim) e meu armário foi se enchendo. Com o blog se consolidando, vieram alguns trabalhos em permuta, presentes e meu armário enchendo…Como comecei a frequentar eventos de moda em SP, passei a comprar mais roupas para ocasiões que até então não faziam parte da minha vida. E o armário começou a ficar ainda mais apertado. Vieram viagens e malas cheias, sempre uma a mais do que tinha levado. Aí a Zara abriu as portas na minha cidade em 2012: toda semana batia cartão lá e dá para contar nos dedos as vezes que saí sem uma sacola. Eu simplesmente não passava vontade: gostava, comprava.
Fiz o que pude para organizar o excesso: comprei sapateira (não resolveu), pintei cômoda (não funcionou), mudei as coisas de lugar, o criado-mudo passou a ser espaço de armazenamento, até que ano passado tive que ocupar o armário do escritório, só para bolsas e sapatos! Achei um absurdo, juro! Aquilo começou a me agoniar: tanto de tudo e na hora de me vestir eu me perdia nas opções e achava que não tinha roupa ou ia no jeans e camiseta, como Danuza. Até para ficar em casa a gente usa as mesmas roupas, já reparou? Eu já tinha feito dois bazares em 2013 com uma amiga para tentar abrir espaço no armário (e na vida!), mas muita coisa ficou e não encontrei fim para elas: já tinha dado parte do que não usava, mas as peças novas, algumas de marcas, maioria sem uso, eu queria tentar vender. Mas na minha cidade os poucos brechós que tem não pagavam nada, e aí o quartinho de empregada ganhou enormes sacolas de coisas que não usava.
fashion-gazette-barbara-resende-lifestyle-closet-desapegando-pecas
O que fazer com tudo aquilo? Não estava com pique de outro bazar, até que decidi levar pra praia, onde meus pais tem comércio e minha mãe uma lojinha mais focada em biquinis mas que tem algumas roupas. Foi tudo: bolsa, sapato, produtos de beleza, roupa (inclusive de frio, na praia!), acessórios…coloquei a preços super baixos para vender mesmo e não é que vendeu? Me surpreendi e me animei: desde o começo do ano, não paro de tirar coisas e mais coisas do armário. Um dia dessa semana acordei com vontade de tirar metade! Não fiz isso (ainda) porque acho que é um processo para ser feito aos poucos e não na base da revolta. Mas até o meio do ano, quero uma boa repaginada no que guardo. Na lista negra estão peças que usei só uma vez e há mais de um ano, o que usei muito e muito mas faz um bom tempo que não uso mais, aquelas que não tem caimento 100% e por isso ficam mais ou menos no look (nada pior que ficar arrumando roupa a cada movimento que você faz), sapatos que machucam toda vez que eu uso, bijoux, maquiagens que só estão ocupando espaço.
Eu adoro comprar mas a sensação de desapegar do que você não usa é tão boa quanto. Já devo ter tirado do meu armário, desde o primeiro bazar ano passado até hoje (essa semana tirei uns 30 itens), umas 300 peças entre roupas, sapatos, bijoux, bolsas e produtos de beleza. Não é muito porque continuo com o armário cheio! E meu maior teste foi essa semana, depois de 2 meses sem entrar na Zara (recorde), fui, experimentei muitas peças e só trouxe uma bolsa (preço bom, linda). E ainda me forcei a ir em várias lojas que sempre compro, experimentei muita coisa mas não passei o cartão. Para confirmar, voltei um dia depois na Zara (era o dia em que chega novidade e eu sabia disso!), experimentei outras peças e não levei nada. Nem acreditei.
A minha ideia é ficar com pouco além do básico no armário: peças que eu sei que vão com tudo, que caem bem, que não preciso pensar e ferver os neurônios em como combinar. Misturados a isso, itens mais especiais, de estilo mais marcante. Mas por outro lado eu tenho um blog de moda e fico desejando as novidades o tempo todo! Ainda mais nas épocas de lançamentos de coleção e liquidações. Mas estou me forçando a pensar antes de comprar: essa peça vai dar pra usar no frio? Com aquele sapato que gosto? Com que tipo de blusa, casaco? Se fico em dúvida, deixo na loja (antes eu comprava na dúvida mesmo) e se a peça não sair da minha cabeça e eu ver outras maneiras de combinar e usar, volto e compro.
Assim quero renovar aos poucos o que tenho. O começo é se desfazer do que não se usa: não faça tudo de uma vez, para não ser dramático e ficar arrependida, eu fui tirando aos poucos e deixando numa sacola longe do armário. Se eu sentisse falta (99% não senti), tinha como pegar de volta. Depois, as peças que fiquei em dúvida, vou deixar marinando mais um tempo para tentar usá-las: se até o meio do ano não conseguir colocá-las em um look, tchau. Depois, é começar a trocar: se vai comprar uma sapatilha nova, é porque vai tirar aquelas duas que ou machucam o pé ou que não dá para usar mais (a bolsa que trouxe essa semana da Zara, me fez tirar uma do mesmo modelo mas antiga que estava no armário para quebrar um galho). Quero fazer isso na maquiagem também, principalmente com as sombras: para quê tantas? Quero investir na paleta Naked da Urban Decay e ficar só com ela. Assim já dá para reduzir bem, com peças que realmente usa e gosta.
E toda estação, desejo eu, será assim: compro algumas coisas para manter meu estilo atualizado e tiro outras que já não tem mais a ver comigo. Tem dado certo e, depois de muito tempo, começo finalmente a fazer as pazes com o que eu tenho.
Indico a leitura desses livros para limpar o estilo e o armário: “É tudo tão simples”, “A parisiense” e “Madame Charme”, além de algum sobre bagunça e feng shui (li “Arrume a sua bagunça com o feng shui” de Karen Kingston). Também sigo o perfil da personal organizer Natalia Giacometti no instagram, que sempre tem dicas ótimas de arrumação. Vão te dar um ânimo! E que Deus seja grande! 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *