Adoro contar a história por trás da Bolo da Madre, pois mostra como recomeços e reviravoltas podem te surpreender, além de mostrar que a simplicidade pode trazer boas ideias. A Dani Schiavo, uma das sócias-fundadoras, foi blogueira e consultora de moda (chegamos a dividir quarto em SPFW e na semana de moda de Fortaleza, além de sempre nos encontrar em eventos em SP) mas estava desanimada com o trabalho. Decidiu fechar o blog, o Dia de Estilo, no começo de 2013 e pensar em outras possibilidades. Me lembro da gente conversar e ela falar de algumas ideias de negócios; dava para perceber que estava mesmo à procura de algo bem diferente. Me surpreendi quando ela veio com a logomarca (que tem o rosto dela!) e o conceito da Bolo da Madre: uma loja de bolos caseiros (com preços a partir de R$ 13), bem típicos de casa de mãe e avó.
“O BOLO DA MADRE É INSPIRADO NOS LIVROS DE RECEITAS DAS MÃES, TIAS E AVÓS, com um conceito que evoca uma culinária sensorial, inserido numa atmosfera nostálgica – vintage, ao mesmo tempo charmosa e acolhedora, que resgata experiências com forte carga afetiva entre gerações, inspirado na época que visitávamos a casa das avós.”
Com a sócia e amiga Fernanda Castanheda, que tem ampla experiência em restaurantes (são 14 japoneses e 3 italianos nas cidades de SP, Jundiaí, Campinas e Miami), elas montaram o negócio, que em menos de um ano, cresceu e se tornou franquia, com 6 lojas (Jundiaí, Campinas, Bragança Paulista, Vinhedo, Maringá e Piracicaba) e outra em breve na Vila Madalena (a loja xodó), em SP. Detalhe: mais 8 estão a caminho! Hoje são vendidos cerca de 200 bolos por dia, em 30 sabores. Dani cuida da criação de novos sabores, como o de fubá com leve aroma de lavanda e, ainda em desenvolvimento, para uma marca de cachaça: “está ficando delicioso”, diz.
A ideia da Bolo da Madre veio de forma tão simples quanto seus produtos. Era aniversário de 7 anos do Lucca, filho da Dani e ela procurava um bolo “como minha mãe fazia quando era criança nos meus aniversários”. Só encontrou bolos super confeitados. Comentando a saga com a amiga Fernanda (hoje sócia), surgiu a ideia do negócio, que foi do papel para a prática em 6 meses. A homenagem à história que iniciou tudo veio em forma de nome de bolo, é claro: o de brigadeiro se chama Parabéns.
Eu fiquei encantada com toda essa mudança de vida, ainda mais conhecendo bem a Dani Schiavo – eu nunca imaginei que ela tivesse esse dom para boleira! – e sabendo da sua busca por um trabalho que realmente alimentasse, com o perdão do trocadilho, sua vida. E ainda virar esse sucesso todo em tão pouco tempo. Isso me faz ter a certeza de que, por mais que a gente consiga alguns pontos altos em determinada carreira – embora trabalhando mais do que colhendo – o sucesso de verdade, muitas vezes, parece estar guardado em uma outra parte de você, aquela que você muitas vezes nem presta atenção, enquanto insiste do lado de lá. Quando isso acontece, tudo o mais faz, enfim, sentido.
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