
Se me dissessem em março que em julho ainda teríamos que ficar em casa, eu não acreditaria. 4 meses e nada de enxergar um horizonte mais promissor. Pelo contrário: agora temos a real noção de que, antes de dezembro, dificilmente alguma coisa vá mudar (só se vier a vacina antes do previsto).
Além das fases que podemos dividir todo esse tempo (fase do medo, de encarar, de se adaptar etc), fatio o dia também. Da hora que acordo a hora que vou dormir, passo por estresse, pequenas vitórias, preocupação, dúvidas, desânimo, ânimo. Isso sem sair de casa. Acho que preciso urgentemente ser menos reativa ao que acontece.
Depois de mais de cem dias na praia, eu voltei pra cidade – eu tinha que ver como estava o apartamento, as correspondências e tudo mais que larguei achando que iria ficar uma semana fora. Foi estranho. Na cidade, o medo lá fora assusta muiiiito mais. É como se eu estivesse começando a quarentena agora! Na praia, estávamos isolados mas muito porque o local era isolado por si só (ainda mais fora de temporada), então não sentíamos tanto o efeito da situação em si. Nunca tínhamos lavado uma compra sequer de mercado ou deixado a roupa de quarentena quando chegava em casa. Estou começando agora esse processo todo.
Os efeitos psicológicos dessa situação começam também a aparecer…quem não sentiu nada ainda, por favor, me conte como! A pele sofreu, engordei, emagreci – agora estou normal, ufa! Semanas atrás eu comecei a passar por uma fase de muito estresse, que parecia se acumular com os dias. Eu não (me) aguentava mais. Vim pra cá e foi um alívio. O estresse foi todo embora. Mas aí começam a surgir outras coisas, outros medos, outras questões para lidar.
Para tentar acalmar minha mente nesse minha nova fase de quarentena, decidi me distrair lendo coisas bem fora da área que estou inserida: deixei de lado os mil cursos e lives de marketing digital, de como vender online, disso e daquilo (eu ainda quero fazê-los, mas tanto ruído tava me atormentando) e fui ler de novo O mundo de Sofia, um livro sobre filosofia (estou a-man-do e aprendendo um tanto). Depois dele, vou para um de português (gramática e literatura). Assistir um filme, uma novela (adoro), um documentário bem aleatório também. Por ser fora da sua área de atuação, dá pra absorver coisas bem interessantes e aprender muito! Porque você mergulha em coisas novas, que realmente não conhecia.
Uma das coisas que eu mais “temia” era de me ocupar com vários “nadas” (apenas coisas a fazer, que não te acrescentam) e não ter tempo sobrando. Nem precisa dizer né? Está ficando cada vez mais difícil encaixar algo novo nessa rotina. E pelo que vi, tem uma turma na mesma situação: conseguimos ficar sem tempo na quarentena, dentro de casa. Isso só reforça minha teoria de que a casa ocupa o tempo que você der a ela, se você entregar sua vida, ela aceita!
A verdade é que estamos em compasso de espera. Se eu foco na minha rotina, no meu mundo, até parece normal – ainda mais pra mim que trabalha de casa há muitos anos. Mas quando olho para a situação como um todo, é difícil. Que problema o mundo se meteu…tempos tão incertos… sem saber o que esperar e em estado de alerta em grau máximo quando precisa sair à rua. Os efeitos disso não podem ser bons – e ainda vamos sentir muito pela frente.
Viver um dia de cada vez, “contando, sem saber quanto tempo falta”… Acho que o tempo está passando mais rápido do que esperava. Cada dia que vai, é um dia a menos nessa situação. Cada fase tentando se adequar, se encontrar, lidar com o emaranhado de emoções que aparecem. Não está fácil mas tá dando pra dar conta!

dei print quando a @analuisarmc postou!
Só espero não ter que fazer outro post desses daqui 2, 3 meses!
Se cuidem!
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