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Terapia: destralhe

Ando numa fase de destralhamento da casa: sempre gostei de me desfazer das coisas mas agora estou mais focada. Não vale só ficar nas roupas – sempre um sofrimento – porque temos coisas demais em todos os cantos: as revistas velhas na sala, os utensílios que não se usa na cozinha, a roupa de cama, os papeis no escritório, as tralhas no armário da área de serviço que a gente sempre acha que vai precisar. Como eu li esses dias na internet, luxo é precisar de menos.

• Você tem que estar com o espírito inspirado – e energizado – para se desfazer das coisas sem dó: às vezes me dá 5 minutos – abençoados – e em pleno sábado 9 da noite eu estou rasgando uma papelada do meu arquivo. Durmo mais tranquila. Tem quem tira um dia inteiro, um fim-de-semana todo para fazer isso mas já digo: é cansativo e muitas vezes você acaba com tudo fora do lugar, exausta, e aí arruma tudo de qualquer jeito só pra não ver mais aquilo na sua frente

• Quando possível, eu coloco as coisas pra vender: roupas, sapatos, acessórios e móveis. Se estou em dúvida penso: com o dinheiro dessas coisas vou poder comprar aquela única que estou de olho. Trocar vários que você não usa por um que você quer muito.

• O seu espaço é seu limite, melhor regra da Marie Kondo na minha opinião: se não está cabendo no armário, na casa, tem coisas demais. Eu tenho coisas demais.

• Se está difícil lidar com as roupas – nem me fale – vá para outro cômodo como a cozinha: tenho certeza que será muito mais racional. Copos sem pares, pires sozinhos, panelas velhas e até alimentos vencidos… Minha amiga Camila Cilento que mora em NY e acabou de reformar a cozinha (ficou linda!) contou que doou suas Le Creuset e que hoje 2 panelas e uma frigideira (das boas) resolvem seu dia-a-dia. Minha meta.

• E os papeis? Ainda bem que os boletos e as contas são quase todas digitais, uma papelada a menos pra jogar fora.

• E falando em digital… meu computador tem coisas demais também. Arquivos, fotos, mil pastas, mil coisas fora de pastas…e quando quer encontrar algo, perde-se um bom tempo. Uma coisa pelo menos eu resolvi: tenho dois backups, um na nuvem e um no hd externo. A intenção era deixar o computador sem arquivos, mas já tenho uma pastinha lotada de coisas aleatórias. E as fotos no celular então? Só quando recebemos o temido alerta de pouco espaço que fazemos alguma coisa. Ah mundo digital…

• Uma coisa que tenho feito e tem dado até que certo é: todo dia (quando eu me lembro) eu dou fim a alguma coisa. Hoje foi maquiagem e cremes, no outro algumas bijoux e por aí vai. Não te ocupa tempo e a cada dia você vai destralhando mais e mais – pode ser mais efetivo do que uma imersão sofredora de vez em nunca

• Roupa de cama é mais fácil: se tem algum furinho, por menor que seja, tchau. O ideal da vida é ter conjuntos, de preferencia brancos ou bem neutros, de toalhas e jogos de cama. E você precisa de dois por cama. O Sam`s Club tem uns ótimos, Angeloni também.

• Quer se inspirar de verdade para ter uma casa mais clean? Siga a Bárbara Migliori no instagram. Bárbara trabalhou 15 anos na Vogue Brasil e é a fashionista mais “compacta” que você vai conhecer. Sua teoria de vida editada é hipnotizante. Tudo dela é organizado lindamente, editado, com o melhor que pode dar a si mesma sem excessos.

• E pra finalizar, a página 44 do livro “Ah, se eu soubesse”, praticamente uma bíblia pra mim há 20 anos:

Compre um terço, quando muito, três vezes no máximo. Pague pela qualidade e compre menos. Compre e use apenas boas roupas. Você terá uma aparência melhor, sentir-se-á melhor e economizará muito tempo de manhã ao escolher a roupa para vestir. Isto não se aplica somente para roupas, mas para tudo em sua vida. E quem em dúvida, se desfaça do objeto. Livre-se da “velharia”. Diminua o seu closet, os seus arquivos de trabalho e a sua bagagem pessoal em dois terços. Viaje leve através da vida e não carregado como uma tartaruga.
Nita M. Allen

Uma resposta para “Terapia: destralhe”

  1. Avatar de Tati Dahlem
    Tati Dahlem

    Adorei as dicas, principalmente a de “parcelar” os descartes: cansa menos e também é mais tranquilo de desapegar.

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